Os Sensores APS-C e Full Frame são os responsáveis pela captura da imagem. Transformar o que as objetivas “enxergam” no arquivo digital, seja JPEG ou RAW por exemplo.
Quero que este artigo seja um guia completo para explicar o máximo de detalhes sobre os Sensores e tirar todas suas dúvidas, caso ainda existam.
Os Sensores APS-C são mais conhecidos pelo termo “cropado” e estão presentes em câmeras de entradas, já os Full Frame são conhecidos como FF mesmo e estão disponíveis em modelos de câmeras intermediárias e topos de linha.
Curiosidade: Os Sensores APS-C e Full Frame sempre entregam uma fotografia na proporção 3:2
Os Sensores APS-C e Full Frame
O gráfico acima nos mostra as diferenças entre os sensores APS-C, Full Frame e outros. A construção deles é diferente, o que influencia também no valor final da câmera.
Os sensores APS-C são menores que FF, assim como o 4/3 e o CX. Nas câmeras Canon 1.6x menor e Nikon 1.5x menor e por isso temos lentes Nikon DX e lentes Canon EF-S.
Não sou usuário Canon, mas segundo a Canon College as objetivas EF-S originalmente não são compatíveis com o encaixe das câmeras Full Frame.
Já nas câmeras Nikon você pode usar lentes DX em câmeras FX, mas vale ressaltar que perderá mais da metade dos Megapixels se ativar o Modo DX na câmera FX.
Caso escolha não ativar o modo dx, a fotografia pode ficar com uma borda preta ou uma vinheta. A nikon possui no menu a conversão para dx automaticamente.
Os Sensores e as Objetivas
Já sabemos que há diferenças de tamanho entre os tipos de sensores, mas qual a real influência para nós fotógrafos?
Há outros fatores como performance em ISO elevado e na profundidade de campo, mas nada tão importante sobre como entender as objetivas neste processo.
Nos sensores Full Frame não há no que se preocupar, pois não existe alteração no campo de visão em qualquer distância focal.
Já nos sensores APS-C é importante entender sobre o Fator de Corte.
Como o Sensor é 1.6x ou 1.5x menor (como vimos no gráfico no início do artigo), qualquer objetiva numa Câmera com este sensor ocorre uma aproximação relativa.
Importante: Não confunda fator de corte com distância focal. Uma objetiva 50mm continua com a mesma distância focal de 50mm, apenas o ângulo de visão estreita-se por conta do sensor menor.
Nas imagens acima percebemos que ao usar uma objetiva 50mm numa câmera com sensor APS-C, terá um ângulo de visão equivalente uma 75mm em câmeras Nikon e 80mm em câmeras Canon.
Para ter o mesmo ângulo FF é necessário uma distância focal 1.5x menor.
Sugiro assistir este vídeo e participar de um Seminário especial sobre Objetivas. Explico tudo isso com exemplos práticos em 04 horas de conteúdo.
O diafragma e o fator de corte
Ainda sobre como o Fator de corte influencia nas objetivas, é IMPORTANTE dizer que o diafragma também é alterado comparado à um sensor FF.
Apesar de no visor a câmera mostrar a mesma abertura do diafragma, o resultado em relação à profundidade de campo é outro.
Exemplo 01: Uma objetiva f/1.4 numa câmera DX a profundidade de campo trabalha como se fosse f/2.1, mesmo mostrando f/1.4.
Por isso que uma câmera com sensor APS-C oferece um efeito Bokeh (DOF) menos acentuado comparado à uma câmera Full Frame.
Exemplo 02: A diferença de abertura ainda é maior quando usa-se por exemplo uma objetiva F/4. Esta mesma objetiva numa câmera crop altera o diafragma para f/6.
A qualidade das imagens?
Em meu ponto de vista, como fotógrafo profissional há mais de 10 anos e com alguns prêmios utilizando uma câmera APS-C (D90), não acredito que o sensor pode determinar definitivamente a qualidade das fotografias.
É fato que um sensor Full Frame entregará melhor imagem em ISO elevado, mas há outros fatores que devem ser levados em consideração, como por exemplo a fonte de luz e a fotometria.
O que vai fazer total diferença é nunca escolher uma câmera com Sensor Full Frame e utilizar o Fator de corte para aproximação, apenas em casos extremos.
A perda de megapixels é de 56%.
Exemplo real:
Vamos supor que você tenha uma câmera FF de 24mp. Ao usar o fator de corte DX, sua câmera passa ter 10,66mp. Neste caso é muito melhor ter uma câmera APS-C de 16mp que seu arquivo final será com mais megapixels.
Por esta perda de megapixels NUNCA aconselho usar lentes DX numa câmera Full Frame Nikon e nem a conversão para aproximação no menu de sua câmera.
Os Sensores e o ISO?
Como disse acima, sabemos que os sensores Full Frame entregam melhores imagens em relação aos menores. Pelo simples fato de captar mais luz.
O fotógrafo Tony Northrup, fez um teste prático clicando paredes brancas com diferentes câmeras e sensores para desenvolver a tabela abaixo apenas para estudos.
É possível ver a grande diferença dos níveis de ruído para os diferentes sensores.
Por exemplo nos Sensores APS-C observe que Tony usou ISO 2800 para ter o mesmo ruído em 6400 dos Sensores Full Frame.
É possível observar a performance muito acima dos sensores FF em relação ao ISO.
E como fica em relação às diferentes fabricantes?
O formato de Sensores APS foi criado pelas principais marcas do mercado (Canon, Fujifilm, Kodak, Minolta e Nikon) com três “modelos” diferentes, são eles:
- APS-H = HDTV (Tamanho 30,2 x 16,7 mm e formato com proporção 16:9)
- APS-C = Classic (Tamanho 25,1×16,7mm e formato com proporção 3:2)
- APS-P = Panorama (Tamanho 30,2×9,5mm e formato com proporção 3:1)
Entre os três listados acima, os APS-C foi o que tornou-se comercial.
E nas câmeras Mirroless
Na verdade o que muda nas Mirrorless em relação às DSLR é o modo em que a imagem é capturada e não tem a ver com o sensor em si.
Não posso deixar passar em branco que há outras possibilidades de sensores nas câmeras mirrorless, como os sensores 1/2.3, o CX presente nas Nikons e os sensores Four Thirds (4/3).
O quadro abaixo contém algumas informações importantes sobre os diferentes sensores presentes nas câmeras mirrorless.
As combinações entre câmeras e lentes
Lente Full Frame em câmera Full Frame: Aqui não há qualquer novidade. Uma objetiva 50mm terá o mesmo ângulo de visão nominal.
Lente Full Frame em câmera DX/EF-S: Aqui acontecerá o fator de corte de 1.5x na Nikon e 1.6x na Canon.
Lente DX/EF-S numa câmera DX/EF-S: O funcionamento será perfeito, apenas também deve ser aplicado o fator de corte. Muitos fotógrafos acreditam que por usar uma objetiva DX/EF-S numa câmera APS-C não exista o fator de corte. Isso é um mito, pois vimos no artigo que o ângulo de visão não está relacionado à objetiva, mas sim a um sensor menor.
Lente DX/EF-S numa câmera Full Frame: Aqui é onde ocorre o maior “problema”, pois as objetivas DX/EF-S foram construídas para os sensores APS-C. Ao usá-las num sensor Full Frame as fotografias podem sair com vinhetas ou bordas, por isso há no menu da nikon a conversão para o formato dx, conforme citei no início do artigo. Só que há outro problema sobre esta conversão, a perda de 56% de megapixels em sua imagem final.
Bom, acredito que isso é tudo que você precisa saber sobre os sensores APS-C e Full Frame. Se tiver mais alguma dúvida, favor deixe seu comentário.
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Abraços. 😉